Da cegueira urbana a rotina da vida, ser um é ser nada.


Todos os dias eu vejo, vejo coisas velozes, vejo vultos coloridos que passam desenfreados por mim, vejo luzes, vejo o brilho e a escuridão da natureza, vejo a beleza oculta e exterior da vida, vejo coisas grandes, vejo a tecnologia, vejo a dependência, vejo o homem atrelado a esse mundo robótico, vejo seus movimentos cada vez mais restritos, como se o metal já brotasse dentro de toda carne viva e mente pensamente de todo homem.
Vejo pressa, impaciência, medo, raiva, fumaça, gritos, morte! Vejo cada vez mais o homem corrompendo-se a evolução, como se o macaco dos evolucionistas continuasse a evoluir transformando-se em algo além do “erectus”, seria o “roboticus”? Algo novo, algo alcançável, porém limitador, dominador. Vejo homens sobre rodas velozes que ditam os avanços e a correria do dia-a-dia, vejo falta de humildade, compaixão, respeito, e vejo que também sou filho de toda essa loucura tecnológica, ao menos eu vejo, não como a humanidade cega que se deixa levar por todo esse lixo robótico, que apesar de tudo, vejo que precisamos, precisamos entender que somos criatura e não criador, logo, o que poderia ser todo esse “troço tecnológico” então?
Vejo-me preso a isso, vejo que não sou mais eu, eu já não vejo nada, eu decodifico, como se minha mente tivesse se transformado num computador, um processador de idéias ao vento da brisa do mar, que vejo, vejo diariamente essa brisa a bater, a passar, vejo gente buscando seu sustento, vejo redes cheias de esperança em busca do amor, em busca do sabor, em busca de sobrevivência, vejo em toda sua grandiosidade a falta de vida, vejo cada vez mais aquilo insistindo em viver, vejo que em suas bases, suas raízes se contorcem, como se quisessem fugir do medo que a consomem, como algo que implora pela vida ao ser torturado, mas ainda assim, vejo ali vida, vejo transcorrer aquele líquido que um dia já foi água, vejo seu percurso cada vez menor, vejo coisas “cuspindo” a fumaça da tortura com toda sua grandeza, com toda sua evolução, com todo seu lixo urbano-tecnológico, com todo seu ódio e sua ambição, como se sufocasse aquele inocente e ingênuo indefeso, como se calassem sua boca. Vejo que ainda há esperança, vejo naquele gesto, contorcido, um grito de liberdade, um grito de socorro, um grito... Maldito grito! Vejo sorrisos, vejo paz, vejo esperança, vejo que tantos querem tão pouco, outros muito, vejo vozes ensinando a valorizar o muito que somos e temos, vejo saúde e humildade, vejo anjinhos a gritar diariamente, como se já soubessem em que maldito mundo eles nasceram e terão que viver.
Vejo a cegueira consumindo o homem, as vezes vejo, as vezes não, vejo olhos furados aceitarem determinadas realidades ou não, como se o homem andasse vendado aos acontecimentos do mundo, vejo que não sei ver completamente tudo, vejo todos serem assim, vejo pessoas alegres, tristes, felizes, infelizes, porém, vejo todos vivos, cegos. Vejo infantilidade consumindo o homem, vejo infantilidade me consumindo, mas vejo maturidade nascendo, vejo maturidade brotando nas raízes das minhas sinceras e vivas palavras, vejo que poucos compreendem, poucos aceitam, poucos conhecem, vejo você, vejo eu, apenas mais um sobrevivente da correria urbana, apenas mais um seu Zé ou tia Maria, apenas mais um, apenas um... Infelizmente um... nada um... Maldito um!



Jossé Leanndro

3 Comments:

Gladson Fabiano said...

Ei sô, gostei!
seu blog é muito bem organizado.

Eu dexo vc usar o site de onde pego as musicas se vc me fazer um favor.
me manda uma e-mail colocando nele a codificação completa (em HTML) da música que vc escolhei e a mesma codificação, mas só que sem a parte responsável pelo "play". Assim ela toca sem ser necessário clicar.

Luís Henrique Serra said...

que doidera esse teu blog hein?

que textos de doido e que história é essa que piratária vem do grego e desde quando tu sabe escrever grêgo?
isso tem safadeza.

NEY FARIAS said...

E AÍ, CARA? MUITO MASSA ESSE TEU TEXTO. COISA DE SARAMAGO ("ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA", PROCURA LER). NÃO LIGA PARA O QUE LUÍS COMENTOU. É UM FANFARRÃO. ESCUTA, POR QUE É QUE TU NÃO ESCREVE ALGO PARA O JORNAL? SAIA DO ANONIMATO, GAROTO!

AQUELE ABRAÇO!