Vida Bandida


Ele sempre foi um garoto estudioso, e chegou a ser considerado um nerd, não que parecesse um, mas que sua inteligência e dedicação fizessem dele um. Sua vida continuava normal, continuava indo a escola, estudava quando chegava em casa, conversava com seus pais, usava o computador, jogava vídeo game, enfim, sua rotina parecia consumir todo seu tempo, porém toda aquela repetição já enchia a sua cabeça, queria mudar um pouco, sair, descobrir um pouco dos prazeres da vida. Assim, como se um furação passasse por ele, percebeu-se rapidamente que uma mudança havia ocorrido, seus trajes, mesmo sendo os de sempre, pareciam ter ganhado um novo ar, eles haviam ganhado a auto-estima que sempre lhes faltavam, seu andar, seu estilo e modo de agir haviam sido totalmente modificados, como se despertasse um homem dentro daquele garoto estudioso.
Toda essa mudança, contribuiu pra que esse garoto conhecesse um pouco de si que estava adormecido a tempo, assim, seus amigos, que também eram os mesmos começaram a sair junto com ele, às festas eram muitas, luzes, suor, álcool, prazer, todo aquele êxtase levava aquele ingênuo garoto ao exagero, como se ele mergulhasse num mundo novo cheio de liberdade, porém cheio de conseqüências. A fumaça tomava conta do ambiente, entorpecia a mente das pessoas, misturava-se ao álcool que já tomava as veias de todos aqueles corpos agitados que se entrelaçavam em meio um ar libertino que tornava o novo em algo comum. O desejo movia as pessoas, que molhadas não só pelo calor da agitação, misturavam-se umas com as outras entres línguas e amassos que terminavam nas paredes torturadas pela violência e pelo lado animalesco do homem que empurrava com força, toda a vontade contida no desejo proibido de mudar as regras. Depois, mãos e pés voavam uns sobre os outros mostrando a ambigüidade contida em toda escolha, o mundo e suas atrações reservavam muitas novidades para o novato, que preferiu se entrelaçar no calor feminino a acompanhar o voar das cadeiras e das pessoas que se atingiam umas as outras do lado de fora que, desavisados, porém dopados, continuavam a curtir em meio a toda uma baderna que alimentava a alma das pessoas no local.
Toda aquela diversão e prazer, explicitava o quanto é temporária a felicidade terrena, todas as vontades, inclusive a dele, eram apenas passageiras, eram apenas coisas normais que acontecem na vida de todas as pessoas. Então percebeu que tudo aquilo poderia fazer parte da sua vida de modo que, moderadamente podia-se encaixar e conciliar as duas vidas, ambas boas, ambas ruins, ambas com conseqüências extremas que nos levam a escolhas importantes para vida. Deste modo, refletiu e afirmou: "Vida bandida que consume a alma pouco a pouco, vida bandida que nos força a viver, vida bandida, que corre em meu sangue, vida bandida, que joga comigo, vida bandida, eu e você, vida bandida, eu te amo".


Jossé Leanndro

Rápido demais


Os dias eram corridos e muitos conhecimentos invadiram sua mente, parecia tudo bom e, em parte foi, porém tudo aquilo havia sobrecarregado o seu eu, como se houvesse preenchido todo um vazio que ali existia, porém à rapidez dos acontecimentos fizeram com que sua mente explodisse em ansiedade e o seu corpo caísse em frustração.
Ele não sabia o que fazer, estava sem rumo, sem luz. Queria abraçar o mundo, mas não conseguia abraçar nem a si próprio, os caminhos eram tantos que o confundiram no percurso, como se fosse um imenso labirinto ou um caminho cheio de bifurcações que tornavam suas escolhas cada vez mais difíceis e complicadas. Embora soubesse que algo devia ser feito, hesitou em escolher e decidiu procurar em seus amigos uma opinião que o encaminhasse de modo correto, concreto, seguro, mas eles não o entendiam, nem ele entendia a si próprio, nem entendia o porquê daquelas escolhas. Atordoado com tudo aquilo, decidiu descobrir qual era o motivo que fizera tudo acontecer e dessa forma acabou chocando-se novamente com os seus pais e conseqüentemente as brigas em casa. Assim, como se uma lâmpada brilhasse acima de sua cabeça, teve uma idéia, e percebeu que a origem do problema estava em si mesmo, pois percebeu que em sua criação os prazeres mundanos foram superiores aos prazeres da vida. Deste modo, aliviou-se, porém perguntava-se o porquê do andamento de sua vida ter sido daquela maneira, por que ele havia demorado a conhecer as coisas, o mundo, por que...
Ele seguia na sua rotina, olhando a velocidade do futuro e as conseqüências do passado, homens desumanos e uma vida apressada. Luzes ofuscavam seus olhos atrapalhando o pouco do sono que restava, o cansaço consumia-o aos poucos. O céu, cinza e azul, implorava socorro, e parecia mostrar que eles também estavam juntos nessa caminhada, os rios e mangues mais pareciam indústrias tomadas pela imensa margem de plástico que resplandecia o medo, a raiva e o socorro que gritava através do cheiro fétido e da fumaça que tomava o céu quase por inteiro, deste modo, percebeu que como a natureza, ele também estava morrendo e toda aquela velocidade do mundo não só o iluminava, mas o confundia. E como as nuvens nebulosas e as raízes entrelaçadas, seus caminhos enigmáticos pareciam não ter fim.
Seus gritos não eram mais ouvidos, ninguém mais reparava naquele homem, já era impossível distinguir onde começava ou terminava aquele homem, sua vida, mais parecia ser o início de sua morte, como se fosse um presságio de todo caminho tortuoso que acabaria numa vida eterna, a morte.


Jossé Leanndro

O último folheto


Todos os domingos à tarde, depois do culto da manhã na igreja, o pastor e seu filho de 11 anos saíam pela cidade e entregavam folhetos evangelísticos. Numa tarde de domingo, quando chegou à hora do pastor e seu filho saírem pelas ruas com os folhetos, fazia muito frio lá fora e também chovia muito. O menino se agasalhou e disse: -'Ok, papai, estou pronto. ' E seu pai perguntou: -'Pronto para quê?' -'Pai, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos. ' Seu pai respondeu: -'Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito. ' O menino olhou para o pai surpreso e perguntou: -'Mas, pai, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias de chuva?' Seu pai respondeu: -'Filho, eu não vou sair nesse frio. ' Triste, o menino perguntou: -'Pai, eu posso ir? Por favor!' Seu pai hesitou por um momento e depois disse: -'Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho. ' -'Obrigado, pai!' Então ele saiu no meio daquela chuva. Este menino de onze anos caminhou pelas ruas da cidade de porta em porta entregando folhetos evangelísticos a todos que via. Depois de caminhar por duas horas na chuva, ele estava todo molhado, mas faltava o último folheto. Ele parou na esquina e procurou por alguém para entregar o folheto, mas as ruas estavam totalmente desertas. Então ele se virou em direção à primeira casa que viu e caminhou pela calçada até a porta e tocou a campainha. Ele tocou a campainha, mas ninguém respondeu. Ele tocou de novo, mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Ele esperou, mas não houve resposta. Finalmente, este soldadinho de onze anos se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais uma vez, ele se virou para a porta, tocou a campainha e bateu na porta bem forte. Ele esperou, alguma coisa o fazia ficar ali na varanda. Ele tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste. Ela perguntou gentilmente: -'O que eu posso fazer por você, meu filho?' Com olhos radiantes e um sorriso que iluminou o mundo dela, este pequeno menino disse: -'Senhora, me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS A AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto que lhe dirá tudo sobre JESUS e seu grande AMOR. ' Então ele entregou o seu último folheto e se virou para ir embora. Ela o chamou e disse: -'Obrigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!' Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o Papai Pastor estava no púlpito. Quando o culto começou ele perguntou: - 'Alguém tem um testemunho ou algo a dizer?' Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé. Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso transparecia em seu rosto. - 'Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabem antes do domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu a algum tempo deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado, sendo um dia particularmente frio e chuvoso, eu tinha decidido no meu coração que eu chegaria ao fim da linha, eu não tinha mais esperança ou vontade de viver. Então eu peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão da minha casa. Eu amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na cadeira e coloquei a outra ponta da corda em volta do meu pescoço. De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava a ponto de saltar, quando, de repente, o toque da campainha me assustou. Eu pensei: -'Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora. ' Eu esperei e esperei, mas a campainha era insistente; depois a pessoa que estava tocando também começou a bater bem forte. Eu pensei: -'Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casa ou vem me visitar. ' Eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta, enquanto a campainha soava cada vez mais alta. Quando eu abri a porta e vi quem era, eu mal pude acreditar, pois na minha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi em minha vida. O seu SORRISO, ah, eu nunca poderia descrevê-lo a vocês! As palavras que saíam da sua boca fizeram com que o meu coração que estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA quando ele exclamou com voz de querubim: -'Senhora, eu só vim aqui para dizer QUE JESUS A AMA MUITO. ' Então ele me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos. Conforme aquele anjinho desaparecia no frio e na chuva, eu fechei a porta e atenciosamente li cada palavra deste folheto. Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eu não iria precisar mais delas. Vocês vêem - eu agora sou uma FILHA FELIZ DO REI!!! Já que o endereço da sua igreja estava no verso deste folheto, eu vim aqui pessoalmente para dizer OBRIGADO ao anjinho de Deus que no momento certo livrou a minha alma de uma eternidade no inferno. ' Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos na igreja. E quando gritos de louvor e honra ao REI ecoaram por todo o edifício, o Papai Pastor desceu do púlpito e foi em direção a primeira fila onde o seu anjinho estava sentado. Ele tomou o seu filho nos braços e chorou copiosamente. Provavelmente nenhuma igreja teve um momento tão glorioso como este e provavelmente este universo nunca viu um pai tão transbordante de amor e honra por causa do seu filho... Exceto um. Este PAI também permitiu que o Seu Filho viesse a um mundo frio e tenebroso. Ele recebeu o Seu Filho de volta com gozo indescritível, todo o Céu gritou louvores e honra ao Rei, o PAI assentou o Seu Filho num trono acima de todo principado e potestade e lhe deu um nome que é acima de todo Nome. Bem aventurados são os olhos que vêem esta mensagem. Não deixe que ela se perca, leia-a de novo e passe-a adiante. Lembre-se: a mensagem de DEUS pode fazer a diferença na vida de alguém próximo a você.


Autor desconhecido