Rápido demais


Os dias eram corridos e muitos conhecimentos invadiram sua mente, parecia tudo bom e, em parte foi, porém tudo aquilo havia sobrecarregado o seu eu, como se houvesse preenchido todo um vazio que ali existia, porém à rapidez dos acontecimentos fizeram com que sua mente explodisse em ansiedade e o seu corpo caísse em frustração.
Ele não sabia o que fazer, estava sem rumo, sem luz. Queria abraçar o mundo, mas não conseguia abraçar nem a si próprio, os caminhos eram tantos que o confundiram no percurso, como se fosse um imenso labirinto ou um caminho cheio de bifurcações que tornavam suas escolhas cada vez mais difíceis e complicadas. Embora soubesse que algo devia ser feito, hesitou em escolher e decidiu procurar em seus amigos uma opinião que o encaminhasse de modo correto, concreto, seguro, mas eles não o entendiam, nem ele entendia a si próprio, nem entendia o porquê daquelas escolhas. Atordoado com tudo aquilo, decidiu descobrir qual era o motivo que fizera tudo acontecer e dessa forma acabou chocando-se novamente com os seus pais e conseqüentemente as brigas em casa. Assim, como se uma lâmpada brilhasse acima de sua cabeça, teve uma idéia, e percebeu que a origem do problema estava em si mesmo, pois percebeu que em sua criação os prazeres mundanos foram superiores aos prazeres da vida. Deste modo, aliviou-se, porém perguntava-se o porquê do andamento de sua vida ter sido daquela maneira, por que ele havia demorado a conhecer as coisas, o mundo, por que...
Ele seguia na sua rotina, olhando a velocidade do futuro e as conseqüências do passado, homens desumanos e uma vida apressada. Luzes ofuscavam seus olhos atrapalhando o pouco do sono que restava, o cansaço consumia-o aos poucos. O céu, cinza e azul, implorava socorro, e parecia mostrar que eles também estavam juntos nessa caminhada, os rios e mangues mais pareciam indústrias tomadas pela imensa margem de plástico que resplandecia o medo, a raiva e o socorro que gritava através do cheiro fétido e da fumaça que tomava o céu quase por inteiro, deste modo, percebeu que como a natureza, ele também estava morrendo e toda aquela velocidade do mundo não só o iluminava, mas o confundia. E como as nuvens nebulosas e as raízes entrelaçadas, seus caminhos enigmáticos pareciam não ter fim.
Seus gritos não eram mais ouvidos, ninguém mais reparava naquele homem, já era impossível distinguir onde começava ou terminava aquele homem, sua vida, mais parecia ser o início de sua morte, como se fosse um presságio de todo caminho tortuoso que acabaria numa vida eterna, a morte.


Jossé Leanndro

1 Comment:

Greyce Kelly Cruz said...
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