Purataria, ignorância ou necessidade?


Desculpe a indecência do termo, mas minha indignação perante o assunto é enorme, visto que sendo um problema tão antigo, faz com que sua evolução ao longo da história tome uma dimensão enorme que acaba confundindo e distorcendo o verdadeiro sentido de pirataria. A relação entre “pirataria” e “putaria” torna ainda mais explicita a minha indignação sobre este assunto, que na minha opinião, deve-se única e exclusivamente aos modos como este é tratado hoje em dia. Apesar de hoje em dia a pirataria consistir em um roubo intelectual, o que a difere da mesma pratica do passado, é que antigamente, havia um assalto propriamente dito, ou seja, havia o uso excessivo da violência, o que é totalmente diferente da "pirataria" praticada atualmente.


O termo pirata (do grego πειρατής, derivado de πειράω "tentar, assaltar", pelo latim e italiano pirata) é um marginal que, de forma autônoma ou organizado em grupos, cruza os mares só com o fito de promover saques e pilhagem a navios e a cidades para obter riquezas e poder. O estereótipo mais conhecido do pirata se refere aos piratas do Caribe e cuja época áurea ocorreu principalmente entre os séculos XVI e XVIII [Fonte: Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirata)].


Outra variação da classe pirata, porém não menos importante, são os corsários, que eram piratas diferentes, pois tinham o apoio da coroa por meio das “cartas de marcas” (documento que permitia ao pirata pilhar e saquear os navios de outras nações), cartas estas que eram usadas com objetivo comercial a fim de enfraquecer o inimigo através da tática do domínio das rotas marítimas. O corsário mais famoso foi Francis Drake, que graças aos fabulosos tesouros arrecadados, foi intitulado cavaleiro por Isabel I.
Piratas modernos são os sobreviventes de um passado de desigualdades que insiste em existir através dos tempos, e que, infelizmente continuará existindo no mundo em que vivemos cuja lei do mais forte é que prevalece, e o “mundo moderno erudito” continua a existir... Até quando continuaremos a evoluir acorrentados pelo passado? Essa é uma pergunta que não me atrevo a responder. Frustrante ainda é saber a realidade que o brasileiro se encontra, em que, nós cidadãos, estamos sujeitos a exploração do capitalismo, que já tão popular, é visto aos nossos olhos de forma bem natural. O termo “pirataria” é muito forte para se designar o ato de apropriação indevida de material alheio, visto que, a pirataria atacada hoje em dia se refere basicamente a essa apropriação por classes menos favorecidas a fim de gerar sua fonte de renda. No conceito acima, há o uso da palavra marginal, que segundo os dicionários significa não só bandido, mas também quem está a margem da sociedade, o que reafirma o conceito acima citado sobre piratas modernos.
Sem buscar exemplos distantes, vê-se aqui no Brasil, artistas e afins altamente ricos que na maioria dos casos são merecedores desta, porém, tendo como exemplo esses, o argumento a seguir torna-se bastante forte e resume bem essa triste realidade. - “Já não basta o dinheiro arrecadado com inúmeros shows, ainda tem-se que pagar por CDs com preços absurdos, ou mesmo, não basta o exagero das bilheterias, ainda tem-se que pagar por DVDs caríssimos. Além disso, ainda existem as propagandas que também são uma ótima fonte de renda deles, fora a fama, as entrevistas, as fotos, as revistas... nem vale a pena aumentar essa lista”. Por favor, é bem verdade que o governo é um explorador desta classe, abusando com inúmeros impostos que acabam aumentando e multiplicando o preço dos produtos prejudicando os consumidores que na maioria, fãs, se vêem encurralados nesse dilema. Entretanto, esse repasse no preço é extremamente abusivo, pois não configura o público consumidor, em sua maioria, o “povão” brasileiro.
Não desmerecendo nem sendo injusto com a classe, é verdade que ao produzirem seu “ganha-pão” eles consomem grande parte de sua criatividade e tempo, pois isso é exigência de seu trabalho, logo todo o crédito é de merecimento de toda uma equipe que trabalhou em torno daquilo. Porém, novamente vale ressaltar, os lucros são altamente exorbitantes e caracterizam uma exploração não só financeira, mas também moral dos consumidores que se submetem a tal exploração. Além disso, ao se posicionarem, eles, devem lembrar que a pirataria é fonte de renda de várias pessoas que se vêem pressionadas por uma realidade cruel, que não da oportunidade nem vez aos menos preparados nem os preparam para esse “mundão de meu Deus” em que, os melhores passam por cima dos piores. Trata-se de uma selva atual que prevalece não só a preparação, mas também a esperteza de cada um, pois já dizia Thomas Hobbes: “O homem é lobo do homem“.
Aqui fica uma sugestão aos artistas, produtores, compositores, programadores e demais classes “pirateadas”, o produto base deve ter uma alternativa (A) de vendas que supra o esforço de toda a equipe que merece ser bem recompensada por seu trabalho, no caso, usando exemplo dos músicos, a turnê e a publicidade podem ser usadas como alternativa (A) e os CDs, usados como alternativa (B), no caso, uma alternativa que popularize os preços e torne de fácil acesso o produto aos consumidores. Deles, devia partir a iniciativa e o bom senso para a redução dessa chamada “pirataria”, visto que, os argumentos acima já comprovam que os valores exorbitantes são em grande parte o motivo dessa crescente prática tão criticada por eles mesmos, logo, se houvesse uma popularização dos preços, a maioria dos compradores optaria por uma versão original e registrada do produto.



Jossé Leanndro

1 Comment:

NEY FARIAS said...

TAÍ UM BOM TEXTO PARA FIGURAR LÁ NO JORNAL. TENTE REESCREVÊ-LO. JÁ LEU PAULO MENDES CAMPOS? "CORRIGIR É ESTAR VIVO".

ACABO DE VOLTAR DO BLOG DE RENATA. VOCÊ ESTAVA CERTO: ELA É ESPETACULAR. É UM GÊNIO DAS LETRAS. ESTÁ NO CURSO CERTO, ENTÃO.
ESPERO QUE CONTINUE CONOSCO.

TENTE CONVENCÊ-LA A ESCREVER PARA O JORNAL. EU TENTAREI TAMBÉM. UM TALENTO COMO O DELA NÃO PODE FICAR ANÔNIMO. OU MELHOR: NÃO PODE DEIXAR DE SER IMPRESSO, NÃO PODE DEIXAR DE VIRAR LIVRO.